quinta-feira, 3 de novembro de 2011

"Olha a vela manivela, quem não compra faz novela"

Gostava de ouvir essas palavras cantadas sem nenhuma afinação. "Olha a vela manivela, quem não compra faz novela". O que me chamava à atenção era a rima improvisada e cheia de criatividade das crianças que vendiam caixas de velas no dia de finados na porta dos cemitérios. Lembro-me que, apesar de ser uma data triste para os mais velhos, para nós, crianças, era um dia festivo. Quase comparado a ir ao parque de diversões, tamanha era a expectativa. Um dia esperado o ano todo. Logo ao acordar, a ansiedade já tomava conta. Muitos dos meus primos estariam lá também e se isso acontecesse, a farra estava garantida. A tristeza era algo distante, alcançava só os adultos. Nós, os moleques, na inocência que nos cabia e na ausência da dor da perda, parecíamos inatingíveis. Tudo era diversão. Logo na entrada dava de cara com as rimas estridentes para tal ocasião. Crianças se espalhavam por todo o cemitério, gritando desesperadas e anunciando preços das caixas de velas, que eram disputadíssimas, por sinal. E ali, naquela caixinha sem tanto significado, estava o quê da nossa felicidade. Sem aquelas caixinhas que serviam para iluminar as orações e reverenciar os mortos, não seria possível a nossa diversão. Acender uma vela sequer já nos deixava satisfeito. O sonho realizado, mas ainda não saciado. Difícil mesmo, era aplacar essa vontade de um ano inteiro de espera. Como não podia acender muitas caixinhas de velas, ficava vigiando cada uma delas derreter. Observava as várias formas das chamas e à medida que a noite caia, o cemitério ia se tornando iluminado. O chão parecia um céu estrelado. E ali, na inocência dos meus poucos anos, do meu jeito de criança, acendia uma vela repetindo o gesto de um adulto qualquer e fazia a minha prece, uma prece cheia de alegria.

terça-feira, 7 de junho de 2011

Melancias de Santo Antônio

"Glorioso Santo Antônio, grande amigo do senhor, escutai nosso pedido, sede nosso protetor". É cantando em procissão que os melancienses enviam aos céus suas preces e suas orações, numa forma de agradecimento e súplica ao seu santo padroeiro. O pequenino distrito das Melancias, assim mesmo no plural, cravado no interior do sertão paraibano, respira festa, emoção e fé todo dia 13 de junho. Em meio a terra árida e rochas esculpidas pelo tempo, o povoado se une e se prepara para receber seus filhos e filhas. Enfeita a praça central com bandeiras e balões, arrumas as mesas, organiza quermesse e constrói uma passarela para o desfile de rainhas e príncipes que têm no seu curto reinado a inocência revelada nos olhos. Enfeita-se, principalmente, de felicidade e de alegria. Qualquer melanciense sabe do que estou falando. Carrega na memória lembranças cheias de saudades como se carregassem um pote de ouro. Na festa que celebra não só o padroeiro, pode-se enxergar um encontro de gerações celebrando, também, a vida. Tudo começa com a trezena de Santo Antônio. São treze dias de orações que culmina com a coroação do padroeiro. A festa religiosa, com missa, cantos e agradecimentos por uma graça alcançada. Em meio a devoação e respeito, uma procissão sai da igreja, que traz o nome do padroeiro, Santo Antônio, e segue desenhando a geografia das Melancias. Com velas que mais parecem vagalumes em noite sem lua iluminando as ruas, o melancienese se torna um só na voz e na fé no Santo que os observa silencioso de lá de cima do andor. Ao retornar à igreja, a queima de fogos que sobe em direção aos céus, leva consigo uma prece de cada um como se fosse uma maneira de chegar mais rápido e mais próximo do Pai Celeste. Viva a Santo Antônio! Vivaaa! E pode-se ouvir os estouros dos fogos brilhando no céu iluminando as faces dos que aqui em baixo ficam, renovados pela fé e esperança.

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Eu e o outro

Um friozinho bom e meus passos vão se tornando cada vez mais apressados. A lua alta, silenciosa, me observa em segredo. Eu, porém, a observo como se quisesse alcançar seu mistério. Lanço sobre ela um olhar curioso e me contento com um pensamento que trago das noites de lua clara que iluminva o sertão. Outros tempos. Apresso novamente o passo e o frio se torna mais intenso. A lua imóvel poetisa sem palavras a noite que desce sobre a cidade numa espécie de brinde extra. Sigo minha caminhada entre meus pensamentos e os muitos atletas que perpassam por mim a cada instante. Alguns bem mais apressados, outros, lentos, enchendo o peito de ar e esvaziando em forma de prece. Meu pescoço dói, paro e alongo minha coluna. Estou envelhecendo, penso. Vou enfrente. Começo a observar quem passa. Rostos aliviados. Mas nem todos. Uns com aspecto de dor, insitem em continuar correndo. Meu Deus, digo a mim mesmo. Entre tantos que observei, um me chamou mais a atenção. Um senhor, já com seus quase 70 anos talvez, caminhava lentamente. Silencioso. Olhar para o nada. A sua solidão se mostrou generosa e eu pude ali dividir com ele a minha. Me via nele. Fui gradativamente ajustando os meus passos para caber no seu mundo. Olhava pra ele quase implorando um sinal, um olhar de volta, um gesto. Ele seguia como se não se importasse. Me senti filho. Me senti seguro. Queria que ele soubesse. Fiquei imaginando como seria a sua vida. Ele, porém, inviolável. Tinha traços de alegrias, percebi. Será que tinha alguém esperando ele em casa? Filhos, netos, esposa. Tentei decifrar algo mais a seu respeito. Nada. Com seus passos firmes, retos, não parecia ter pressa e mantinha-se indiferente a tudo ao seu redor. Nem uma tosse, um suspiro, uma demosntração de cansaço. O seu mundo era só seu. A lua ainda mantinha-se no nosso horizonte, meio baixa, meio torta, mas lá, assim como os segredos de cada um que por ali passava. A noite se tornava mais densa e mais fria e começava a se distanciar, a crescer na escuridão como o nosso silêncio, que crescia à medida que a gente ia se afastando para que cada um mantivesse a sua vida em segredo. Nada mais.

sexta-feira, 25 de março de 2011

Galinhas e outras lembranças

Durante aquele ano os dias se passavam lentamente, queixava-se Alfredo logo ao levantar da cama. O sol já se estendia sertão afora e podia-se ver o mundo até onde à vista alcançasse. Alfredo acordava com as primeiras horas do dia, fazia seus rituais matinais e depois seguia até o alpendre. Lá se sentava na sua velha cadeira de balanço, pegava um pedaço de rolo de fumo e começava a preparar o primeiro cigarro daquela manhã. Esse vício ainda vai acabar comigo, dizia pra si mesmo. Ali ficava em silêncio a observar a paisagem ao longe já meio trêmula, causada pelo andar da hora e do calor de dezembro, que lhe servia de pintura num horizonte avermelhado desde os primeiros raios do sol. Dentro de casa o cheiro forte de coisa velha e a poeira acumulada nos móveis de madeira antigos, com nomes e datas de aniversários rabiscados pela ponta dos dedos sobre cada tábua que compunha a mesa, pareciam servir como memória ou coisa assim, caso a parte humana viesse a falhar. O certo é que Alfredo já não lembrava direito nem se quer do rosto familiar dos mais próximos, e parecia acostumar-se ao equecimento. Talvez, a poeira nos móveis pudesse manter intacta a sua já frágil memória. Do lado de fora as galinhas comiam seu milho de anteontem ou sabe-se lá de quando, que tinha sido jogados com abundância. Sentado na sua velha cadeira de balanço, que rangia como dentes que se serram, Alfredo fitava o horizonte como se esperasse alguém. Os olhos fixos diziam isso. Na companhia de seu fiel escudeiro, Ciço, papagaio esperto e com memória ainda boa, Alfredo não se dava conta que muito tempo se passara. Entre uma tragada e outra no cigarro que queimava como se queima o tempo, Alfredo foi pego de súbito por uma voz não empoeirada, mas viva como o agora. O papagaio se agitou e as galinhas se assustaram de repente, pois não estavam acostumadas a visitas. A cadeira parou de ranger e Alfredo como se não quisesse acreditar e se esforçando para buscar na tábua empoeirada aquele rosto familiar, levantou-se e perguntou como seria possível. Antes mesmo de chegar até o alpendre e se aproximar por completo, uma voz chegava até os ouvidos de um Alfredo incrédulo, e como num susurro soprava palavras que fugiam pelo espaço. Um pequeno cochilo e o velho sonho de volta, acorda de súbito. Lágrimas caiam sem mistérios dos olhos de Alfredo. E ali, naquele instante, o tempo parou. A cadeira volta a balançar e a ranger. Alfredo pega mais um punhado de fumo e prepara mais um cigarro. Acende e traga tão forte como se quisesse ainda alcançar àquela memória. Levanta-se e vai até a mesa empoeirada e varre com a mão as lembranças, uma por uma, e volta ao alpendre, senta-se e fica a fitar de novo o horizonte como se esperasse alguém.

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Vitrine do passado

Recordar é viver! Essa máxima sempre me deixa inquieto quando começo a vasculhar minhas memórias, vividas ou não, frágeis ou não, puras ou não, inocentes ou não. É que a inocência nem sempre vem acompanhada de flash back. Mas ela existe ou existiu em algum momento de nossas vidas. Falar do passado nem sempre é prazeroso. No entanto, pode ser encarado de forma saudosa, pelo menos. Ainda mais quando esse passado deixou marcas, nostalgia, gostinho de quero mais. Quero declarar aqui mais uma vez, que gosto de falar sobre Cajazeiras, de uma Cajazeiras que vive na memória de muitos. Nesse passeio pela memória e por ruas de um passado não muito distante, começo aqui um roteiro que traduz todo esse sentimento de amor à nossa terra. É fechar os olhos e começar a ver o que o tempo não alcança. É como se fosse uma vitrine, uma vitrine no passado. Nela podemos ver nossas lembranças tão vivas como nós agora. Pra começo de conversa paro em frente a Carlos Center e escuto o trecho de uma música de Paulo Diniz que diz "como vou deixar você se eu te amo" e sinto uma vontade enorme de sentar do lado de fora e ficar apreciando o vai e vem das pessoas, sem pressa, como se eu fosse o dono do tempo. Ah o tempo! Porém vou seguindo o meu roteiro e me sento no banco da praça João Pessoa em frente ao Playboy. Ali, posso ouvir uma canção da época e conversas das mais variadas possíveis. E ver risos descontraídos e gargalhadas cheias de entusiasmos. A praça, a velha praça que outrora serviu de palco de grandes encontros e noites intermináveis, que já rendeu homenagens à Cazuza, Madonna, também abraçou noites de muito frevo e axé music nos dias de carnaval. A praça, que guardo na memória como um cartão postal amarelado cheia de tantos segredos e paixões. Um pouco mais abaixo e passo na Chapéu de Couro pra dançar ao som de Lulu Santos "por que só faço com você (so faço com voce), só quero com você (só quero com você), só gosto com você ê ê, advinha o que?" lá de cima, observo as luzes desenhando silhuetas e vejo beijos apaixonados. Mas não paro por aqui não, sigo meu caminho. Talvez um pulinho até o Pirulito, bar sempre cheio e ponto de encontro mais disputado da cidade. Nascimento traz uma dose, peço! Sentado em baixo de uma grande castanheira sinto o ar puro e vejo o vento açoitar os galhos e folhas das árvores como se fosse para anunciar que a noite será agradável. Logo logo não haverá mais mesas, penso. Elba Ramalho, Geraldo Azevedo, Zé Ramalho são os convidados da noite. O público gosta e sempre pede suas músicas que vêm acompanhadas de um martini, de uma dose de montilla, de um campary, uma vodka, ou cervejas geladas. Na outra ponta um pedaço menos disputado. Lua Nua é um barzinho pras pessoas mais, diríamos, descoladas. Lá as músicas de Caetano, Gal, Gil, Chico eram quase hinos. Um noite que antes fervia, proporcionando várias opções, hoje, presa numa vitrine do passado que adormece no silêncio das nossas lembranças. Ah, o tempo!

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

O sonho de Eliézer

Cajazeiras não mais é uma cidade do interior do sertão paraibano. Defiitivamente não mais. Ela agora, também, se faz presente na capital federal. Uma cidade que nem a nossa não poderia limitar-se a um único canto de chão. Cajazeiras ultrapassa, através da geografia do coração do seu povo, linhas sertanejas e se estende Brasil afora. Prova disso, foi o que aconteceu sábado dia 11 de dezembro aqui em Brasília, que se transformou numa pequena Cajazeiras para exibir o filme sobre Padre Rolim. O planalto central tornou-se sertão, não árido, mas fertilizado por cajazeirenses daqui e de longe, que vieram homenagear a nossa história. Das mãos e do sonho de Eliézer Rolim, o homenagedo da noite, nasceu o filme O Sonho de Inacim, que conta a fascinante história de Padre Rolim. Mas não só isso, a película imortaliza, também, a cidade de Cajazeiras nas suas várias dimensões, entre o passado e o presente. Traz o dia a dia, as peculiaridades, as mungangas, a irreverência e a bravura de um povo. Antes de começar a exibição do filme, no entanto, Eliézer, no seu jeito cajazeirense de ser, é um dos personagens que dá vida ao roteiro. Muitos não perceberam, mas nas suas falas O Sonho de Inacim, já havia começado. O nosso conterrâneo, de jeito simples, meio tímido eu diria, que também já emocionou muita gente no teatro, mais uma vez emociona pela delicadeza com que trata os fatos, as vidas, a obra e a história de Padre Rolim. Com os peitos estufados de tanto orgulho, esperamos nervosamente ansiosos pelo filme, porque sabemos, nós também, estamos representados lá, somos parte daquela história. Somos parte quando a gente vê o Cristo Rei, o colégio Diocesano, o Nossa Senhora de Lourdes, a Igerja Matriz, e porque não, quando a gente vê a figura folclórica de Noventa e Nove. Eliézer falou do seu sonho antes de decidir definitavemente sobre as filmagens. Na sua intimidade revelada ali, deixa sair que de jeito nenhum queria trabalhar naquele roteiro. Um filme que traria mais uma história de um padre, talvez, não fosse comercial ou coisa do tipo. Depois pela falta de patrocinadores. Mas o destino, se é que se pode dizer assim, ou mesmo uma mãozinha de Padre Rolim, o fez mudar de idéia. O sonho, que trazia uma mensagem sobre a beleza do sertão, e nessa beleza a história de Padre Rolim, fez o cinesta acordar de súbido e a partir das 3 horas de uma madrugada qualquer, começou a escrever o roteiro que ja rendeu 13 laudas. O destino cumpriu seu dever. Padre Rolim, estava agora, não mais como sonho, mas numa realidade sem volta. Sentindo que a espera pelo início do filme gerava uma certa ansiedade na plateia, Eliézer, sai de cena para dar lugar a sua criação. O cine Éden merecia aquele espetáculo, pensei. E acho que muitos ali presentes também. O filme começa.

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Tempo de roubar mangas


Religiosamente a campainha tocava às 7h15min. Mas antes disso, era preciso exercitar a nossa nacionalidade. Todos ao redor da Bandeira, hasteada todos os dias antes das aulas começarem, nos reuníamos para cantar em alto e bom som o hino nacional. Mão no peito e tudo como forma de demonstrar respeito pela pátria. O cenário desse relato é também um caso de amor e uma forma de manter viva a lembrança de tempos que só se perpetuam na memória. Muitos estudaram ou passaram pelo Colégio Diocesano. Tinha nome e reputação imaculados. Era status estudar lá. Farda branca com azul e posteriormente branca com cinza, eram as cores que simbolizam um dos colégios que se confunde com a história da cidade. De arquitetura imponente e localizado num dos pontos mais altos da cidade, o colégio assistia, e ainda assiste, silenciosamente, Cajazeiras crescer e se desenvolver. Enquanto tudo cresce ao seu redor, ele fica esquecido entre muros e paredes cheias de histórias, como se fosse um cartão-postal vivo, mas sem vida. O colégio Diocesano agoniza, verdade, mas mantém-se intocável na lembrança de cada um que por lá passou. Lambranças são muitas. Cheios de nostalgia nosso olhar se volta para a torre da igreja do velho Diocesano, como se quisesse alcançar o que não mais se pode alcançar, nem por mim, nem por ninguém. Sons ainda ecoam nessas lembranças. Como o dos jogos internos, das músicas nos intervalos, das missas, dos ensaios da banda para os desfiles. Tudo isso lhe dava um certo ar de superioridae. Outros, podem lembrar das aulas de educação física, ministradas pelo professor Carlos Ferreira, que nos ensinava, também, como ter disciplina. As competições de espiribol, e sua filas intermináveis esperando o "terceiro", às vezes frustrado pelo som da campainha que anunciava o reinício das aulas. Nesse caldeirão de recordações, cabe aqui colocar as turmas reunidas para conversas longas nos recreios. Gente namorando às escondidas, longe dos olhos do diretor, nosso saudoso Padre Gualberto. Particularmente, lembro que, outro desejo era compartilhado por quase todos os alunos: o de roubar mangas. Roubar no sentido inocente da palavra, no sentido de transgredir um pequena regra. Mangueiras carregadas nos convidavam até. Era mais um convite que propriamente um furto. O que se aplicava ali, era o fato de ser ou não capturado pelo vice-diretor, o implacável Damascena. Era o desafio. O que poderia render uma pequena advertência ou um dia em casa. Entretanto, tinha sempre alguém que se arriscava. Uns, com sucesso total e com a cumplicidade de muitos. Outros, se contorciam nervosamente em frente a Damascena tentando se justificar ou convence-lo do ato falho, arrependido e implorando para ser inocentado, mas talvez, cheio de felicidade pela medalha simbólica que todos recebiam, merecidamente, pela conquista da tão desejada manga. Fiquei sabendo que o Colégio Diocesano não funciona mais. Não como antes. Que hoje abriga silêncio, solidão e descaso a um passado que tanto nos orgulha, e que não se pode perder pela falta de compromisso com a história da nossa cidade. Lembrar do Diocesano é também lembrar de gente. Lembrar de dona Socorro da cantina, de Renê Moésia, de Aldineide, de dona Fátima que ensinava inglês, de dona Fátima de matemática, de Jacinta que ensinava religião, de Peixoto que ensinava química, de Erivaldo professor de geografia, de Assis professor de biologia, de seu Antônio que ensinava física. É lembrar de nós mesmos e de tantas outras coisas que querem nos roubar. Lembrar do Diocesano é também lembrar do tempo de roubar mangas com saudade de um passado que o descaso não pode apagar da nossa indelével memória.